top of page

O espírito de Condá

O relógio marcava nove e trinta da matina, quando acordei vendo as centenas de mensagens no Whatsapp lamentando o assassinato cometido contra a Chapecoense e os demais profissionais presentes no voo da Lamia. Menos de dois dias antes, estava eu mandando mensagens para amigos palmeirenses, chorando ao ver o gol de Fabiano, e comemorando o enea campeonato brasileiro do Palmeiras. O jogo era justamente contra a Chape, verdona de Santa Cataria, que subiu conosco em 2013.




Saí correndo para a cozinha e liguei a TV. Meus pais estavam lá e o susto misturado com o despertar causou em mim um embrulho ruim no estômago. Estavam ali diversos profissionais, mas minha identificação era com o Caio Jr, ex-treinador do Palmeiras, que fez um excelente trabalho em 2007. Injustamente demitido, Caio Jr. voltava a fazer outro grande trabalho.


Essa Chape, assassinada em 28 de novembro de 2017, passaria pela maior provação da história do esporte. Ao perder 99% de toda a sua estrutura humana, o Alvi-Verde de Santa Catarina resolveu enfrentar a dura missão de se reerguer sem a ajuda de cláusulas ou cotas. Uma lição na história do futebol brasileiro, quando muitos clubes “grandes” se utilizaram de tribunais para conseguir resultados na pontuação.


Quase 365 dias depois, a Chape foi campeã estadual, classificou-se na Libertadores, mas caiu fora por conta de um papel, e, atualmente, figura entre os 10 melhores times do Nacional, com chances de voltar à Libertadores. Se pudermos relacionar os distintos planos, material e espiritual, chegamos à constatação de que trabalho e milagre sempre caminham juntos.


Com um elenco forte fisicamente, bem estruturado por Vagner Mancini, e com uma torcida apaixonada, a Chape não cairá em 2017, assim como jamais caiu em toda a sua história.


Que os anjos do futebol, liderados por Caio Jr., continuem abençoando o Verdão presente no coração até dos corintianos e são-paulinos. Vamo, vamo, Chapeeeeeeeee!!!

bottom of page