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Por que Federer é o único a superar Nadal em 2017?

Quem acompanha tênis sabe que o mito suíço, Roger Federer, sempre foi freguês de Nadal. Até 2017, eram 34 confrontos, com apenas 11 vitórias de Roger Federer e 23 de Nadal. Ou seja, o espanhol tinha mais que o dobro de vitórias sobre seu maior oponente! Neste ano as coisas mudaram um pouco. Foram quatro confrontos, quatro vitórias de Federer, sendo três em finais. Agora, em 38 confrontos Nadal continua com as 23 vitórias e Federer possui 15. São 8 jogos de diferença, a vantagem é ampla, mas não tão grotesca como antes.




O que mudou?


Primeiramente, há que se levar em conta que Federer abandonou o saibro, a idade e o calendário apertado de torneios não lhe permite jogar em todos os pisos com a mesma intensidade. O suíço tomou a decisão correta, irá jogar apenas onde possa jogar com maior intensidade. Sendo assim, privilegiou as quadras rápidas em detrimento do saibro, o piso favorito de Nadal. Com essa escolha não mais enfrentou Nadal na terra batida! Em 2018 continuara ausente no saibro? Tudo indica que sim!


A principal mudança, no entanto, foi no estilo de jogo, até porque Nadal também ganhava de Federer em outras quadras.


Nadal também mudou, comecemos por ele para entender Federer. O Touro Miura, como é conhecido o espanhol, revolucionou sua forma de jogar. Emagreceu, melhorou o saque, joga mais ofensivamente e tem aprofundado mais suas bolas altas, que antes no meio da quadra eram um prato cheio para os tenistas adversários o atacarem. Além disso, Nadal trouxe um novo técnico, Carlos Moyá, ex-tenista, ex-número um e campeão de Roland Garros. Moyá irá substituir Toni Nadal, cansado do circuito que o exigiu por tanto tempo.


Federer, ao que tudo indicava, poderia nessa temporada continuar freguês de Nadal, porém, a idade lhe fez bem. Com o final da carreira se aproximando Federer também precisou se renovar para aguentar o circuito, e essa mudança o ajudou a vencer seu maior adversário. O suíço para não se estender em partidas longas, que prejudica seu físico, precisou encurtar os pontos, para isso se tornou mais agressivo. Melhorou ainda mais o saque, sobe cada vez mais a rede e joga em cima da linha de base, sempre pegando a bola na subida. Ou seja, não deixa o adversário o jogar pra traz e tomar conta do ponto!


Essa era a tática de Nadal. Se jogasse contra Federer era uma toada de bolas altas no backhand do suíço, sempre o jogando pra traz e ganhando terreno. Dessa forma, ou Federer errava, ou chegava um momento que deixava uma bola no meio da quadra para o espanhol matar. Este novo Federer não permite mais isso, até porque aperfeiçoou em demasia seu backhand também. Atualmente, contra Nadal é o único tenista que consegue com perfeição, ou algo próximo a isso, pegar a bola com spin de Nadal na subida já agredindo o espanhol.


Para somar, o suíço não deixa o espanhol fazer o que mais gosta, trocar bolas e bolas e matar o adversários em contra-ataques mortais. Antes, Federer deixava Nadal jogar da forma que queria, o jogo mudou. Com o jogo agressivo de Federer, Nadal só tem uma opção: atacar rapidamente, encurtar os pontos, indo para rede, sacando muito bem etc. Isso não é o forte de Nadal! Por sua vez, Federer abusa dessas artimanhas contra o Touro Miura. Saca muito bem, sobe bastante para rede, varia os golpes e deixa Nadal sem saber o que fazer, pois o suíço está próximo à perfeição! Quanto mais velho o uísque, melhor ele fica, assim é Federer!

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