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Na Resenha: "Sai que é tua Menon"

  • Por: Danilo Alves
  • 26 de jun. de 2017
  • 6 min de leitura

Hélio Rubens, Toto, Franserigio, Carraro, Carrarinho, Fausto... Torço para Franca desde esse tempo. Depois, Chuí, Minucci, Demetrius, Janjão, Guerrinha, Helinho, Robertão. Tinha amigos de Franca na faculdade, em Lins e ficamos arrasados quando o pivô Carlão morreu


Luis Augusto Símon, mais conhecido como Menon, é engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista esportivo tardio. É a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois como ele mesmo diz "joguei, diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar." Atualmente trabalha no UOL, dando seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988, com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


Confira a entrevista de blogueiro para blogueiro, de Danilo Alves para Menon!


SC - Qual a sua história dentro do jornalismo esportivo? Sua formação, sua trajetória....


Menon - Bem, eu sou engenheiro civil. Quando me formei em 1983, não consegui emprego. Então acompanhei minha irmã que vinha a São Paulo fazer vestibular. Nós somos de Aguaí, cidade paulista que fica a 60 quilômetros de Poços de Caldas, em Minas. Resolvi fazer vestibular também e entrei na Fiam. Prestei concurso para o INPS e trabalhei três meses. Em seguida, fui para o Banespa. Depois, fui convidado para trabalhar na assessoria de imprensa da Secretaria do Interior. Em 1984, antes de entrar no banco, fui até a sede da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (Aceesp) ver uma palestra de Edu Antunes, o irmão de Zico, que estava dirigindo a seleção. Lá, na sede, encontrei Paulo Cesar Correia, um amigo que não via há mais de dez anos. Ele era editor do Popular da Tarde e disse para eu procura-lo quando estivesse formado. Em 1988, telefonei a ele e fiz um teste. Era a volta da seleção de basquete, que havia vencido o Pan no ano anterior. Passei no teste e comecei a trabalhar em 4 de maio de 1988. Tinha 34 anos quando pisei em uma redação pela primeira vez. E deu certo.


SC - Como é sua jornada diária com o jornalismo esportivo? Conte um pouco para nós.


Menon - Eu trabalho em casa e vou à redação do UOL duas vezes por semana. Acompanho o que está acontecendo no esporte para fazer meus posts. Além de posts opinativos, também faço entrevistas e vou a treinos uma vez por semana. Vejo um ou outro programa de televisão, não todos. Acho que são repetitivos. Faço comentários online duas vezes por semana. E também matérias para o UOL, sem uma periodicidade definida.


SC - Aqui no Brasil, em sua opinião, o jornalismo esportivo é valorizado como os outros setores são, como político e/ou econômico?


Menon - Não sei, mas deveria ser. O jornalista esportivo, embora tenha um time desde que nasceu, tenta ser imparcial. As editorias de política e economia não são imparciais. Estão à serviço da ideologia do patrão.


SC - Qual a diferença de trabalhar em rádio, TV e internet?


Menon - Nunca trabalhei em televisão e em rádio. O rádio e a internet devem primar pela agilidade, ser os primeiros a dar a notícia. A televisão busca mais a imagem e está caminhando para uma via de muita brincadeira.



SC - Um ex-atleta tem experiência e responsabilidade de assumir a função de comentarista esportivo? Ou precisa passar pelo processo como qualquer outro profissional é submetido?


Menon - Toda a questão se resume à ética. Jornalismo precisa ter notícia bem apurada e jornalista não deve fazer publicidade. Quem se adaptar a isso, pode ter uma carreira digna. Como criticar as brincadeiras do Denílson, se tem muito jornalista que faz igual?


SC - Esse crescimento das mídias sociais que permite uma aproximação das pessoas, das ideias, das opiniões no seu ver é benéfico para o setor? Como você avalia este cenário?


Menon - É muito importante porque permite a aproximação do jornalista com o leitor. Eu uso o twitter como troca de ideias, como busca de novas pautas. Acho ruim por conta das críticas que viram ofensas. A tela do computador ou do celular serve como uma pílula da coragem. A pessoa perde os princípios da civilidade e começa a ofender em vez de dialogar.


SC - Como é a relação com os seus colegas de profissão?


Menon - Sempre foi muito boa. Briguei com pouca gente. Não tenho vergonha de pedir ajuda aos mais novos e nunca neguei uma palavra de incentivo. Tenho amigos de mais de 30 anos, desde a primeira redação do Popular da Tarde: Marcelo Laguna, Maurício Noriega, Luis Augusto Monaco e outros que vieram, como Luis Antonio Prosperi. Sinto muitas saudades de Nicolau Radamés Cretti, que já morreu.



SC - De toda sua carreira, qual evento que cobriu foi inesquecível, o que foi mais marcante?


Menon - Os títulos do Brasil em 94 e 2002. Foi ótimo conviver com Bebeto, Romário, Ronaldinho, Ronaldo, Rivaldo, Marcos....


SC - E aquela partida que você comentou que não sai da sua cabeça? O que teve de diferencial?


Menon - O primeiro título do São Paulo na Libertadores. Conheci um jornalista argentino, Pablo Carignano, que é meu amigo até hoje. Ele deixou a profissão e é um especialista em medidas viárias para evitar acidentes. Na época, ele cobria o Newells Old Boys e trocamos muitas informações. E a Libertadores ganhou muito espaço com o Telê. Foi uma época dourada.


SC - O Sócrates foi um exemplo que usou da exposição que tem o futebol para defender suas ideias políticas. Na sua visão, que as vezes aventura na política, falta aos jogadores brasileiros este lado cultural para cobrar nossa classe política?


Menon - Acho injusto colocar nas costas dos jogadores, um mal que é de toda a sociedade. É uma vergonha um corrupto comprovado como Michel Temer continuar governando o Brasil, com sua quadrilha, formada por Geddel, Padillha e Jucá. A sociedade pouco se mobiliza. O que vamos exigir de jogadores, que geralmente são pessoas vindas de um extrato social sem muita informação e que, de repente, ficam milionários?


SC - Hoje o estado de São Paulo é apelidado de “tumulo do futebol” por não poder praticar nenhum tipo de festa nas arquibancadas. Qual sua opinião sobre essa questão?


Menon - Esse apelido foi dado pelo meu amigo Arnaldo Ribeiro, da ESPN. Concordo e uso. Começa pela decisão de se ter torcida única nos clássicos. Isso é um absurdo. É uma confissão da incompetência do Poder Público que não consegue dar segurança às pessoas. Não consegue fazer seu trabalho. E existe o Ministério Público, que é extremamente midiático. Querem estar no centro das atenções. Como é possível proibir a torcida do Palmeiras de recepcionar o ônibus do time na Rua Palestra Itália. E como é possível proibir os comerciantes de fazer seu trabalho, de venderem seus produtos. O MP diz que atende a uma associação de moradores da Pompeia. Ora, o Palmeiras chegou muito antes do que essa gente ao bairro. E se fossem alguns moradores de rua reclamando de barulho, o MP faria algo? Nada. O MP está a serviço da classe média e contra os torcedores. A escalada para a higienização do futebol é clara: proíbem bebida, bandeiras, faixas e sinalizadores, proíbem torcidas do time visitante, impedem a torcida de chegar perto do ônibus, não deixam cidadãos transitarem na rua em dia de jogo e impedem comerciantes de trabalhar.


SC - Qual seu time? Qual a torcida que você mais admira no Brasil?


Menon - Em Aguaí, torço pela Sociedade Esportiva Vila Braga. Tenho um time, mas não digo porque o ódio é muito grande nas redes sociais. Se já reclamam agora, imaginem se soubessem para quem eu torço. Tenho admiração pela torcida da Portuguesa, que luta contra a extinção do time. Gosto da torcida argentina, em todos os esportes. Como sempre, deram um show na Olimpíada. Não são como os brasileiros que trocam o jogo por uma selfie.


SC - Quando contatamos você para entrevista, mostrou bastante conhecimento sobre o basquete de Franca. É torcedor do Franca Basquete? Acompanha o NBB?


Menon - Hélio Rubens, Toto, Franserigio, Carraro, Carrarinho, Fausto... Torço para Franca desde esse tempo. Depois, Chuí, Minucci, Demetrius, Janjão, Guerrinha, Helinho, Robertão. Tinha amigos de Franca na faculdade, em Lins e ficamos arrasados quando o pivô Carlão morreu. Meus amigos eram o Duto (tem uma empresa chamada Dupau), Mauricinho, Raulzinho, Padua, Maçanenta, Gontran...Tanta gente, que saudades. Agora, quero saber dos reforços. Precisamos de um cincão. Se não der, vamos buscar um outro esquema, com quatro abertos trocando passes, como era antigamente e. um pivô só. Ou então, vamos fazer uma vaquinha e trazer o Kevin Durant.


SC - Para aqueles que sonham um dia em ser um jornalista esportivo, qual o recado que você pode deixar?


Menon - O mercado está difícil, então é necessário um diferencial. Aprendam um língua além do português e do inglês, façam pós graduação, estudem a fundo um esporte ou dois. Aprendam a escrever e travem uma luta incessante contra os chavões. E ética, não é?


SC - Encerrando, deixe uma mensagem para os nossos leitores!


Menon - Leiam sempre o SeConsagro, porque o pessoal é bom. Acreditem no Brasil. E leiam o meu blog.


Redes Sociais Menon:


Facebook: https://www.facebook.com/BlogdoMenon/ Twitter: https://twitter.com/BLOGDOMENON Site UOL: https://blogdomenon.blogosfera.uol.com.br/


Entrevista realizada por Danilo Alves

Foto e arte por Gabriel França

Edições Germano Martiniano


 
 
 

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