Quarta de Cinzas na Libertadores
- Por: Germano Martiniano
- 10 de mar. de 2016
- 3 min de leitura
Corinthians e Palmeiras perderam, e o Grêmio empatou dentro de casa!

Juca Kfouri disse algumas semanas atrás em relação ao mau desempenho dos times brasileiros na libertadores: “não existem mais bobos no futebol, ou apenas existem bobos”. Não sou da geração Pelé, Tostão, Zico, Sócrates e outros. Sou da geração Romário, Ronaldos, Rivaldo, Kaká e Neymar. O futebol brasileiro regrediu, ou os outros avançaram? Os dois, e ainda soma-se a estes fatos que o futebol também mudou, a força, a velocidade e a grande preocupação defensiva passaram a fazer parte do “menu” futebolístico.
O Brasil ficou para trás, pois deitou em berço esplendido, achou que a superioridade técnica não precisava ser aliada com avanço tático. Outro problema, nossa superioridade técnica já não é gritante como anos atrás, para alguns ela nem existe mais. Particularmente, acredito que poucos países no mundo tem o privilégio de ter tantos bons jogadores com a gente. Talvez a Alemanha, Espanha e Argentina. Mas só. Neymar, Lucas, Douglas Costa, William, Philippe Coutinho, Thiago Silva, Davi Luis, Daniel Alves, Marcelo etc. Os melhores em seus clubes. São gênios? Talvez o Neymar. Mas, ótimos jogadores, que com obediência tática podem formar, assim como a Alemanha formou (sem nenhum gênio, uma grande seleção.
Obediência tática é a palavra chave deste texto. O time brasileiro que melhor apresenta um futebol vistoso este ano é o Atlético Mineiro. Perdeu poucos jogadores e trouxe ótimos reforços. Porém, o time mais eficiente e com um padrão tático bem definido é o Corinthians. O time perdeu meio time titular, os principais jogadores. O Tite continuou, e assim manteve o padrão. O time não joga nem de longe o futebol do ano passado, erra muitos passes, fruto da falta de entrosamento, mas o time é obediente, todos sabem o que precisam fazer com a bola, mesmo que não consigam ainda executar a jogada.
Por que cito o Corinthians? Todos sabem a paixão deste blogueiro pelo timão. Mas não é pela paixão e sim pela razão. Os fatos comprovam, é um time muito difícil de ser batido. E assim é o futebol sul-americano e a libertadores. Nossos “compadres”, com exceção de alguns argentinos, possuem times inferiores aos nossos, mas compensam a falta de técnica com muita obediência tática, plano de jogo bem definido, muita “catimba” e jogos na altitude, deserto, grama sintética etc. Desta forma eles conseguem equiparar, ou até, serem superiores aos times brasileiros.
Sobre a rodada de ontem, o Corinthians que jogou bem o primeiro tempo e parecia que fazia um jogo fácil, se deu mal devido a imaturidade da equipe que perdeu dois jogadores expulsos. Perdeu de virada, 3 á 2. O time continua bem e tranquilo na Libertadores, mas é inaceitável perder dois jogadores expulsos da forma que o jogo transcorria. Se ainda fosse um clássico! O Palmeiras fez o que vinha fazendo, perdeu mais uma no seu estádio mesmo jogando com superioridade numérica. Marcelo Oliveira não conseguiu estabelecer neste time a obediência tática que se faz necessária. O time mais uma vez jogou mal e mais uma vez perdeu. Marcelo Oliveira demitido, Palmeiras em situação complicada na competição. Cuca vem ai, é o que dizem!
O Grêmio. Hun...o blogueiro não acompanhou este jogo. Mas o time precisava da vitória em casa no grupo mais difícil da competição, apenas empatou. Mais um brasileiro que se complica na competição, mesmo tendo um time superior a maioria. O Grêmio tem futuro nas mãos deste novo técnico, Roger Machado, mas precisa conseguir vitórias em momentos decisivos. Ontem era dia de vencer. Hoje o São Paulo joga contra o River e o Galo contra o Colo-Colo, ambos fora de casa. Talvez, só o Galo salve a semana dos brasileiros na Libertadores.
O Brasil precisa evoluir taticamente, o Brasil precisa de mais “Tites”.
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